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domingo, setembro 23, 2012

Idiossincrático



Peculiar e pessoal, muito íntimo e que só a própria pessoa entenderia (individualmente).

O seu gosto logo pela manhã. O gosto de café e o cheiro de perfume que deixa ao sair de tarde. O cheiro que tem seu corpo quando lhe toco todas as noites. A maciez de sua pele e a brancura do branco dos seus olhos e o o breu que são seus cabelos.

Quando ando na rua e passa alguém com seu perfume, o antigo não o de hoje, eu me viro na esperança de ser você, de ter sido você, de ser o que você era. Me viro mesmo sabendo que me engano, me sabendo que nunca será você, somente sinto aquele perfume e me perco em um mundo de lembranças.

Acho que nunca mais vou conseguir andar por todos aqueles lugares em que eu andava com você, aqueles prédios todos tão grandes e fortes, como costumávamos ser, aqueles bares cheios de vida à noite, e a minha vida que não contém nada além de garrafas compradas em bares.

Bares e festas e lojas e prédios e camas e jardins e luas e noites sem dormir pensando em você, no que você foi para mim e no que eu nunca mais vou ter. No carro que te atropelaria se eu não tivesse ido buscar café para você naquela manhã. No carro que me atropelou e me tirou de você. Agora quando vago por aí, sem ter você, fico pensando na falta que me faz, de como eu gostava do seu abraço, e de como você segurava a minha mão e, como se quisesse me ver bem, dizia: "Adoro você."